Região de Lafões        

Barragem Ribeiradio (Oliveira de Frades)

   

Aldeia da Pena (S.Pedro do Sul)

 

 

Ponte Comboio (Vouzela)

 

 

 

Situada na parte mais ocidental da Beira Central, a Região de Lafões é uma sub-região natural, constituída pelas terras tributárias do curso médio do Vouga e dos seus afluentes

 

Sul e Ribamá que, vindos de margens opostas, confluem junto de S. Pedro do Sul.

 

De Lafões fazem geograficamente parte os concelhos de Oliveira de FradesVouzela e S. Pedro do Sul, as freguesias de Cedrim e Couto de Esteves (do concelho de Sever do Vouga), Alva e Gafanhão (do concelho de Castro Daire) e parte das freguesias de Bodiosa e Ribafeita (do concelho de Viseu).

Possui esta região características próprias que a distinguem das regiões vizinhas. O geógrafo Amorim Girão Leite de Vasconcelos considera que ela constitui "um todo homogéneo, correspondendo a uma verdadeira região natural". Também diz que "existe uma unidade territorial ou sub-região denominada Lafões" .

Servindo-nos do estilo lapidar de Raul Proença, diríamos que "Lafões é uma formosa região que se esconde entre o Maciço da Gralheira e o Caramulo, cortada pelo rasgão do Vouga", que, aproveitando fracturas naturais ou furando rochas, lá vai a caminho da Beira-Mar.

Sem quebra da sua unidade geográfica, Lafões é uma região diversificada, a lembrar umas vezes o Douro, com culturas em socalco, outras vezes o verdejante Minho, não faltando até, nalguns lugares, a "vinha de enforcado". O seu finíssimo vinho verde pede meças ao do Minho, sobretudo se a acompanhar a afamada vitela de Lafões ou o cabrito da Gralheira .

Mas não há progresso que empobreça as belezas naturais de Lafões! E, se Lafões possui uma unidade geográfica, uma notável unidade histórica lhe corresponde. Quem percorrer a região sentirá, por toda a parte, os apelos da História.

Remontam a recuadas épocas pré-históricas os primeiros sinais de povoamento. Por toda a Região de Lafões, restam vestígios de populações neolíticas, que, sobretudo em pontos elevados de t

 
erras graníticas, construíam as suas habitações, inumavam os seus mortos em dólmens e mamoas e, nas pedras das encostas dos montes, gravavam sinais, provavelmente relacionados com os monumentos funerários.

 

Ao lafonense Professor Amorim Girão pertence o primeiro levantamento dos monumentos pré-históricos da região. Regista 3 cavernas, 5 grutas, 18 antas, 10 antelas , 74 mamoas , 2 menires, 20 castros e 5 lajes com inscrições. Tudo quanto se conhecia em 1921, data em que publicou a sua dissertação de doutoramento. Trabalho utilíssimo, até porque, se alguns monumentos que regista podem ainda hoje ser observados, de outros mais não restam que apagados vestígios, quando não apenas o registo daquele investigador.

 


 


-Gastronomia Regional: 

 

 

Falamos em Lafões e lembramo-nos, antes de mais, da vitela à Lafões, esta vitela, justamente famosa, é bicho que se quer alimentado com produtos naturais desde a nascença, que nunca viu jugo e que morre cedo. A carne, rosada, é suculenta e tenra e, para nos levar ao sétimo céu da sapidez, mais não precisa do que ser bem cortada, temperada com sal grosso e ser grelhada sobre brasas serenas. Há-de ficar acerejada por fora e rósea por dentro. Mas a vitela à moda de Lafões pode também ser assada no forno, com temperos mínimos.

À Lafões é também um arroz de pato, no qual a ave vai ao forno, depois de ser cozida em água com salpicão e presunto, mais umas cenouras, nabos e cravinho, entre outros temperos. E um anho recheado e assado no forno. O recheio guisado, além dos miúdos do bicho picadinhos, leva presunto, salpicão, ovo cozido, azeitonas pretas descaroçadas, alho, cebola, azeite, tem a particularidade de ser ligado com farinha de pau. É um cozinhado e tanto, que os restaurantes, mesmo os da região, não se abalançam a fazer.

Também os Rojões à moda de S. Pedro, o Arroz de Vinha d’Alhos, o Arroz de Carqueja; o bacalhau com Broa e a Sopa de feijão com couve à Lafonense são pratos muito apreciados. Os enchidos também se recomendam…

Regam-se estes banquetes com um branco de Lafões, um vinho de transição entre os verdes e os maduros do Dão. Com menos acidez do que os verdes, os vinhos de Lafões são igualmente muito frescos, mas mais frutados e encorpados. Andam, infelizmente, um tanto esquecidos, quer pelos consumidores, quer pelos produtores. Valia a pena fazer um esforço pela melhoria da respectiva qualidade média.

Os vinhos do Dão/Lafões acompanham bem qualquer refeição.

A oferta a nível de restaurantes e adegas típicas é variada e rica, com pratos característicos da região confeccionados no momento.


 

 

 

 

Doçaria:

Quanto a doces, a variedade é tanta que o difícil é mesmo escolher. Mesmo assim, vale a pena provar o delicioso Pão de Ló de Sul, o Folar da zona, os Caladinhos, os Vouguinhas e as tigelinhas de Lafões. De Vouzela temos os pastéis, cavacas e queijadas.

 

 

 

Vinhos de Lafões:

Região que possui uma tipicidade própria que lhe é conferida pelos aspectos geográficos, climáticos e humanos. O seu nome deriva da expressão "Alafões" trazida pela ocupação árabe na zona e que significa "dois irmãos", devido aos dois montes a que hoje chamamos Castelo e Lafões.

As vinhas plantadas em socalcos, em pequenas ou médias explorações, são extremes, contínuas, com o 1º. arame a 80 cm do solo.

A área geográfica correspondente à Indicação de Proveniência Regulamentada "Lafões" situa-se ao longo do Vale do Vouga, abrangendo os concelhos de Oliveira de Frades, São Pedro do Sul e Vouzela.

Vinhos Brancos:
Vinhos com elevada acidez fixa e com largo poder de envelhecimento

Vinhos Tintos:
São vinhos "sui generis", pouco alcoólicos, frutados, ricos em acidez málica, com "agulha", em tudo semelhantes ao Vinho Verde.